Apresentadora do JN é demitida após denunciar abuso de diretor da Globo

25 de julho 2020 - 12h32
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A jornalista Ellen Ferreira foi surpreendida nesta quinta-feira (23) ao retornar a Globo após se recuperar da COVID-19. Ao chegar, ela foi diretamente encaminhada para a sala de reuniões, onde os papéis para a sua demissão já estavam prontos.

A direção da emissora afirmou que o desligamento foi por conta de reestruturações. No entanto, a jornalista acredita que o motivo seja outro: um diretor de jornalismo acusado por ela e vários outros funcionários dos mais diversos tipos de assédio.

“Edison Castro é um psicopata que já havia passado pelas redações de Goiás, Maranhão e Tocantins. Homofóbico, racista, gordofóbico. Praticava assédio moral e sexual, deixou toda a equipe doente. Uma moça da TV Anhanguera [Goiás] chegou a tentar se matar por causa dele”, afirma Ellen. “Debochava de um repórter que era gay. Chamou o cabelo de uma repórter de negra de moita feia”, continuou.

De acordo com a jornalista, os ataques a ela também eram constantes. Ellen relata que chegou a desenvolver uma crise de ansiedade por causa da situação. “Ele dizia que eu era repugnante, gorda, que me vestia mal. Me ameaçava de demissão constantemente. A fama dele era de o João de Deus da redação. Havia gente que desejava bater nele”, relata.

Com a situação cada vez mais difícil e, segundo ela, sem receber qualquer apoio de outros chefes dentro da Rede Amazônica, Ellen chegou a enviar um e-mail a Ali Kamel, diretor de jornalismo da Rede Globo, relatando tudo o que acontecia. Ela acredita que isso também pode ter ajudado para a sua demissão.