Após crítica à China, fundador do Alibaba não é mais visto em público

04 de Janeiro 2021 - 11h53
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O fundador da gigante do comércio online Alibaba e do Ant Group, o chinês Jack Ma, que está entre homens mais ricos e influentes do mundo, simplesmente desapareceu do time de jurados de um show de talentos na África. Ma também não participou da final do “Heróis de Negócios da África”, teve sua fotografia excluída do site e foi retirado do vídeo sobre o último episódio do programa.

O empresário não é visto em público desde o fim de outubro, quando participou de um fórum em Xangai, no qual criticou o sistema regulatório chinês, entrando em rota de colisão com autoridades do governo. Na ocasião, ele disse que "as finanças chinesas basicamente não carregam riscos; em vez disso, o risco vem da falta de um sistema. A boa inovação não tem medo de regulamentação, mas tem medo de regulamentação desatualizada”, disse no evento em outubro. “Não devemos usar a maneira de administrar uma estação de trem para regular um aeroporto”.

Em possível represália, a Administração Estatal de Regulamentação do Mercado anunciou uma investigação, causando uma forte queda nas ações da empresa. O grupo, que é dono da maior plataforma de pagamento digital da China a Alipay, teria que diminuir suas operações, devido a supostas falhas na governança corporativa.

De acordo com o Bloomberg Billionaires Index, a fortuna de Ma foi reduzida em cerca de US$ 11 bilhões de dólares desde o fim de outubro, somando agora 50,9 bilhões.

As autoridades não detalharam o que reprovam no Alibaba, exceto um “acordo de exclusividade”.

“Sem dúvida há uma escalada de esforços coordenados destinados a obstruir o império de Jack Ma, que simboliza as novas entidades chinesas, grandes demais para falir”, afirmou o analista Dong Ximiao, do Instituto de Finanças na Internet de Zhongguancun, o “Vale do Silício” de Pequim.

“A mensagem política subliminar é que nenhuma empresa ou indivíduo tem o direito de desafiar o Partido Comunista, independente de seu tamanho”, disse Richard McGregor, do Instituto Lowy, em Sydney.

Ma é o segundo homem mais rico da China e está entre os poucos chineses que acumulam os postos de bilionário e ícone mundial.

Fontes: IstoÉ DInheiro e Veja