Ao defender Ivermectina, médica do RN agride jornalistas e sindicato rebate

26 de Abril 2021 - 10h11
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A médica infectologista potiguar Roberta Lacerda, que tem se destacado por defender o tratamento precoce contra a Covid-19 com o uso da Ivermectina, criticou o trabalho de jornalistas que se contrapõem ao tratamento com o medicamento. Ela fez um desabafo nesta segunda-feira (26), por meio das redes sociais, afirmando que “os jornalistas não aceitam convênios, estudam menos, mentem mais e são mais caros que os médicos”.

“Se você tem medo de tomar medicamentos prescritos pelo seu médico porque o jornalista disse que não são bons, deixe o médico, cancele o plano de saúde e vá consultar um jornalista ou um radialista. Os jornalistas não aceitam convênios, estudam menos, mentem mais e são mais caros que os médicos. Além disso, quando os clientes morrem, eles não assinam o atestado de óbito nem são responsabilizados em caso de erro de prescrição. E se você quer exercer nos dias de hoje, o caminho mais fácil é fazer jornalismo, o vestibular é muito mais fácil, o curso é mais barato, não precisa fazer pós-graduação, trabalha à distância do paciente (e como já foi dito) não responde criminalmente quando engana, erra ou mata. Pelo jeito, a turma cansou de ser usada ao invés de ser valorizada”, diz o texto publicado pela médica.

O sindicato dos jornalistas do RN reagiu à fala da médica e, por meio de nota, rebateu as declarações. Leia abaixo.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte lastima a publicação no Instagram da médica Roberta Lacerda, com palavras preconceituosas e difamatórias, que somente destilam ódio e não trazem nenhum conteúdo para a sociedade potiguar.

Ela tenta rebaixar os profissionais da comunicação que tanto contribuem para alertar a sociedade dos males que a pandemia está causando ao nosso País, nos aproximando de 400 mil mortes causadas pela Covid.

Jornalista nenhum prescreve ou dita o que o cidadão deve tomar ou não, mas estuda muito, pesquisa e entrevistas médicos, organizações, instituições de pesquisa nacionais e internacionais, respeitando o contraditório em todo seu conteúdo para informar o que está sendo posto nos meios de comunicação.

A própria médica Roberta Lacerda já usou dos meios de comunicação para defender o seu posicionamento com relação ao tratamento precoce para o COVID 19. Termos um jornalismo livre, independente, sem amarras é importante para sustentarmos um dos pilares da democracia.

Sermos cordiais e buscarmos uma política da paz e não agressão também nos torna defensores da democracia. Não é mais fácil "fazer" jornalismo, não é mais "barato" fazer jornalismo.

Cada um responde pelos seus atos dentro de qualquer profissão onde há uma legislação específica para isso, códigos de ética, legislação civil e criminal, todos nós somos iguais perante a Lei. Para finalizar, mente quem escreveu "A resposta dos médicos".