Americanas admite e detalha fraude nas contas 5 meses após escândalo

13 de Junho 2023 - 11h09
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As demonstrações financeiras da Americanas vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior, informou a empresa nesta terça-feira (13).

A informação foi admitida pela companhia pela primeira vez e consta em relatório de assessores jurídicos apresentado ao conselho de administração da varejista. A empresa está em recuperação judicial, após encontrar um rombo contábil no início do ano.

O relatório, apresentado na segunda-feira (12) ao conselho de administração da empresa, foi baseado em documentos entregues pelo comitê de investigação independente e documentos complementares identificados pela administração e seus assessores após reuniões com o comitê.

O documento também indica a participação na fraude do ex-presidente-executivo Miguel Gutierrez, que se desligou da empresa em dezembro de 2022, bem como de outros ex-diretores e antigos executivos.

Além disso, afirma que houve esforços da diretoria anterior para ocultar a real situação do resultado e patrimonial. 

A Americanas revelou em janeiro a descoberta de inconsistências contábeis da ordem de cerca de R$ 20 bilhões. O rombo contábil iniciou uma crise na empresa que a fez pedir recuperação judicial.

De acordo com a Americanas, as informações do relatório, associadas aos trabalhos de refazimento das demonstrações financeiras históricas, levaram ao entendimento de que a fraude se dava predominantemente em operações como contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (“VPC”).

Esses incentivos comerciais usualmente utilizados no setor de varejo "teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia como redutores de custo, mas sem efetiva contratação com fornecedores", segundo a Americanas.

"Esses lançamentos, feitos durante um significativo período, atingiram, em números preliminares e não auditados, o saldo de 21,7 bilhões de reais em 30 de setembro de 2022."

Além das operações de VPC, a Americanas disse que a diretoria anterior contratou financiamentos nos quais a companhia é devedora perante bancos, sem as devidas aprovações societárias, todas inadequadamente contabilizadas no balanço patrimonial da 30 de setembro de 2022 na conta fornecedores.

A companhia afirmou que os ajustes contábeis definitivos estarão refletidos nos demonstrativos financeiros históricos auditados que serão reapresentados assim que os trabalhos estiverem concluídos.

Com informações de G1