Amazônia registra recorde de incêndios em duas décadas

30 de julho 2024 - 13h17
Créditos: Joédson Alves/Agência Brasil

Durante a seca histórica do ano passado no Amazonas, as chamas se espalharam pela vegetação nativa mesmo em áreas não associadas ao desmatamento historicamente, os problemas andam juntos, pois o fogo é usado para abrir pastagem depois da derrubada de árvores. Para complicar ainda mais o combate às queimadas, os rios da região tiveram níveis recordes de baixa, deixando inacessíveis vilarejos de indígenas e de ribeirinhos.

Neste ano, esse quadro tende a se repetir até mesmo a piorar. Considerando a quantidade de focos de calor de 1º de janeiro até a última sexta (26), a amazônia vive seu pior cenário de fogo em duas décadas. O número (21.221) é o mais alto desde 2005, de acordo com o programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Em comparação com o mesmo período em 2023, quando foram computados 12.114 focos de calor, houve um aumento de 75%. Apenas em dois dias da última semana, em 23 e 24 de julho, a amazônia teve 1.318 focos, destacou a ONG Greenpeace.

Com chuvas abaixo do esperado até o momento em 2024, a seca começou mais cedo. O fenômeno La Niña, aguardado para o segundo semestre, tende a trazer chuva para a região, mas cientistas ainda não conseguem dimensionar que intensidade ele terá desta vez.

O Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) diz, em nota, que os incêndios florestais no Brasil são intensificados pela mudança climática e pelo forte El Niño iniciado em 2023. O estado de Roraima, frisa a nota, foi o mais atingido nos primeiros meses de 2024.

O cenário climático enfrentado desde o ano passado, afirma a pasta, mudou o padrão dos incêndios, com 31,7% deles ocorrendo em vegetação primária e 15,5% em áreas desmatadas.

Como resposta ao problema, o ministério destaca a criação de sala de situação para coordenar a resposta federal aos incêndios e à estiagem no país.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) terão mais de 3.000 brigadistas para enfrentar a temporada de fogo em 2024, cita o governo federal, que afirma também ter destinado R$ 405 milhões aos Corpos de Bombeiros da Amazônia Legal.

Com informações do Diário do Poder