
Uma jovem de 18 anos, na cidade de Ariquemes, interior de Rondônia, deu à luz a um bebê sem ssaber que estava grávida. Após o susto, a mãe o o bebê foram levados à unidade de saúde do município onde foi declarado que a criança já havia nascido sem vida.
O "corpo" então foi recolhido por uma casa funerária e, nos últimos preparos antes de seguir para o sepultamento, um funcionário do local percebeu o coração da criança bater. O menino retornou ao hospital e todos os cuidados médicos foram iniciados.
De acordo com a família, o estado de saúde do recém nascido é considerado estável. Ele nasceu prematuro, no quinta mês de gestação, pesando apenas 1kg. Francisco Torquato, o agente funerário que percebeu o bebê vivo, contou ao UOL que recebeu o "corpo" do menino e um laudo médico que classificava o garoto como um "natimorto", termo técnico para se referir a um feto que morreu e tinha mais de 20 semanas de gestação.
"Eu levei a criança para funerária. Mas o bebê não estava frio, nem tinha mudado de cor. E isso me chamou a atenção. Temos cuidado nesses casos, quando dizem que as crianças nasceram mortas. Fui mexê-lo para arrumar na urna infantil e percebi o coração dele batendo", explicou o profissional. Francisco avisou o dono da funerária e, em seguida, o bebê foi socorrido na emergência.
"Já vi várias coisas, mas essa foi impressionante. Eu tenho filhos, então para mim se tornou um susto e um alívio muito grande ter salvado essa criança. Isso só aconteceu porque a gente trata as pessoas que vem para cá com muita atenção e respeito", disse.
A Casa de Parto funciona no mesmo prédio do HMA. A equipe plantonista da maternidade atestou que o bebê nasceu sem vida. Já a emergência do hospital confirmou que o bebê estava vivo após recebê-lo de volta da funerária.
A avó do garoto acredita em negligência e registrou o caso na Delegacia de Ariquemes. A Polícia Civil investigará o caso. "Disseram que meu neto estava morto e pronto. Não vi um exame mais aprofundado ou uma tentativa de reanimação. Nem deram muita atenção. Eu espero que a justiça seja feita porque isso é um caso de negligência", criticou.
Sobre o diagnóstico equivocado na Casa de Parto, a gestão municipal informou que já instaurou um processo administrativo "para investigar, com absoluto rigor e cautela, os fatos e as responsabilidades dos envolvidos no caso" e que o bebê está sendo assistido pelas equipes de saúde.
UOL