
Cerca de 85,5 milhões de trabalhadores brasileiros com carteira assinada devem receber, até dia 30 deste mês, a primeira parcela do 13º salário. A gratificação anual pode ser paga integralmente ou liquidada em duas parcelas, e a segunda precisa ser creditada até 20 de dezembro. Com a proximidade das festas de fim de ano, consumidores já fazem planos de como pretendem gastar esses recursos. Mas especialistas sugerem que a prioridade do uso do benefício seja o pagamento dos débitos, porque os juros estão altos e o endividamento das famílias, muito elevado.
Conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o 13º tem potencial de injetar cerca de R$ 249,8 bilhões na economia brasileira. Recebem o benefício trabalhadores do mercado formal, empregados domésticos com registro em carteira, beneficiários da Previdência Social e aposentados e pensionistas dos governos federal e regionais.
Aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tiveram as duas parcelas antecipadas no primeiro semestre deste ano. Logo, agora, a categoria não receberá nada além do benefício mensal. Os novos segurados, porém, vão ter o dinheiro depositado neste mês. Os valores são proporcionais, conforme a quantidade de meses em que o segurado recebeu a aposentadoria, a pensão ou o auxílio no ano, mas serão pagos integralmente.
Devido ao índice recorde de endividamento no país, que atinge 80% das famílias brasileiras, a líder regional da XP Investimentos no Centro-Oeste, Vanessa Thomé, explica que o 13º é uma renda importante que deve ser priorizada no pagamento de dívidas ou na quitação de contas que costumam pesar no orçamento no começo do ano. "A maioria dos brasileiros utiliza esse recurso de forma equivocada. O 13º salário só deve ser usado para lazer ou presentes de fim de ano por aqueles que não possuem dívidas ou que já possuem uma outra reserva para as contas de janeiro", orienta a especialista.
Contudo, essa não é a prioridade dos consumidores, segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), que, no ano passado, indicou 33% dos brasileiros querendo gastar o 13º com presentes de Natal e 34% afirmando que poupariam os recursos. Outros 24% disseram que utilizariam o dinheiro extra para as comemorações de Natal ou de réveillon e apenas 16% afirmaram que usariam o valor para pagar tributos e quitar dívidas atrasadas.
Com informações do Correio Braziliense