VP não pede demissão depois de terceira perda de título em um mês; pressão por JJ no Fla começa

01 de Março 2023 - 03h29
Créditos:

Palmeiras 4 x 3 Flamengo, 28 de janeiro de 2023.

Al Ahly 3 x 2 Flamengo, 11 de fevereiro de 2023.

Independiente del Valle 5 x 4 Flamengo, nos pênaltis, 28 de fevereiro de 2023.

Mundial, Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana.

Três títulos disputados e três perdidos.

Nunca na história do Flamengo o clube havia disputado decisões de torneios tão importantes em um mês. 

E muito menos perdido.

O que aconteceu ontem no Maracanã, com recorde de público em jogos entre clubes, com 71.411 torcedores, foi inusitado. 

Quando a torcida, aos 50 minutos de partida, já estava sem esperança e xingava o time do Flamengo de 'sem vergonha', veio o gol de Arrascaeta, que igualava o placar do Equador. E a decisão passou por prorrogação e decisão nos pênaltis. 

Por coincidência, o uruguaio Arrascaeta foi o único a perder, entre os dez cobradores. E o título ficou com o Independiente del Valle, clube equatoriano com orçamento 24 vezes menor do que a do Flamengo.

No centro do clima de desolação estava o português Vítor Pereira. 

A pergunta óbvia, pela maneira dos clubes brasileiros trabalharem, era uma só: o treinador sairia do Flamengo? 

Não, ele foi para a coletiva após o jogo, tenso, acuado. 

Mas sem pedir demissão ou demitido. 

Por um motivo simples, não foi apenas o vice de futebol Marcos Braz quem quis o português no lugar de Dorival Junior, que havia conquistado a Libertadores e a Copa do Brasil. O mais empolgado com a troca foi o presidente Rodolfo Landim.

Ou seja, por enquanto, Vítor Pereira seguirá comandando o Flamengo, apesar de toda frustração da perda histórica de três títulos em um mês.

"Nós não deveríamos ter começado dessa forma (perdendo).

"Deveríamos ter começado com títulos, mas é um trabalho que está no início. Os dois últimos jogos com todo o elenco, os jogadores deram sinais claros de um grupo unido que quer jogar um futebol de qualidade. É um grupo alinhado. É um trabalho que está no início, não é como começa e sim como acaba.

"Acredito que essa equipe vai dar muita alegria aos torcedores, vai jogar um futebol consistente, de qualidade. Com espírito de grupo, alinhados com a torcida.

"Estamos tristes e frustrados com o resultado", desabafou.

O português sabe que a pressão será imensa.

A conquista do Campeonato Carioca se tornou obrigação.

Embora seu time tenha dado 26 chutes a gol, durante os 120 minutos, a equipe apelou para 59 cruzamentos para a área equatoriana, demonstrando falta de imaginação, de criatividade. A afobação foi desde o primeiro minuto.

Vítor Pereira tinha o forte argumento de pouco tempo de trabalho. Deveria, com três títulos importantes em jogo, logo no início da temporada, começado a trabalhar antes com os atletas. Falha sua e da diretoria.

"Seria muito mais fácil e cômodo para mim não assumir a equipe nessas condições. Assumi a equipe sabendo que nós praticamente já jogamos 12 ou 13 jogos. É uma pré-temporada, é como mudar o pneu do carro em andamento. Estamos tentando criar um jogo que já vejo que começa a ser visualizado, começo a ver muita coisa desse jogo", disse o treinador, após o fracasso de ontem, tentando convencer a imprensa.

A situação está tensa na Gávea.

Landim passou a ser muito cobrado pelos três perdas de títulos.

Mais: pela saída de Dorival Junior.

Embora Vítor Pereira escape da demissão neste momento, os defensores da volta de Jorge Jesus é uma realidade.

A multa do treinador português no Fenerbhaçe é de 4 milhões de euros, cerca de R$ 20 milhões. 

As três derrotas seguidas do Flamengo faz conselheiros importantes cobrarem Braz e Landim, pedindo a volta do treinador.

Landim, Marcos Braz e Vítor Pereira.

O planejamento para o início de 2023 deu tudo errado.

E agora?

Não será vencendo o Carioca que tudo se acalmará.

Com informações do R7