VÍDEO: Jornalista é suspenso por 120 dias após ameaçar influencer do Flamengo

19 de Agosto 2022 - 03h27
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A Associação dos Cronistas Esportivos do Paraná (Acep-PR) suspendeu o jornalista Thiago José Lucca, que fez ameaças a Guilherme Pinheiro, dono do canal "Flazoeiro", na tribuna de imprensa na Arena da Baixada. O episódio aconteceu após a vitória do Flamengo sobre o Athletico-PR, que classificou a equipe carioca à semifinal da Copa do Brasil.

De acordo com o documento, assinado por Greyson Assunção, presidente da associação, e Daniel Piva, diretor jurídico, Thiago está suspenso preventivamente pelo período de 120 dias. Ainda segundo a nota, o estatuto da entidade indica que ele tem "10 dias corridos para apresentar a sua defesa".

A Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro (Acerj) também se pronunciou e elogiou a decisão dos paranaenses. "Em vista dos fatos registrados, a ACERJ manifesta seu posicionamento de desagravo ao associado Guilherme Pinheiro e aplaude a decisão de sua coirmã ACEP.PR de se desculpar com nosso associado e aplicar medidas cabíveis ao infrator".

Pouco após o apito final da partida, realizada na quarta-feira (17), Guilherme iniciou uma transmissão em seu canal no YouTube. Thiago Lucca, que nas redes sociais se identifica como "responsável pelo jornal Pilarzinho Notícias e repórter na Rádio Trio de Ferro", entrou no quadro da imagem e falou:

"Calma, calma. Essa casa tem dono. Aqui quem manda é o Athletico". O dono do canal "Flazoeiro" ponderou que não estava desrespeitando o Furacão e falava apenas sobre o técnico Dorival Júnior. 

Guilherme continuou o vídeo e Thiago voltou a falar com ele, desta vez, em tom de ameaça: "Vou arrebentar esse celular se ficar fazendo essa palhaçada. Vai lá fora".

Guilherme explicou que, passado o episódio, tentou falar com os jornalistas que tinham feito a abordagem, mas os ânimos ainda estavam exaltados.

"Quando acabei de fazer o vídeo, uns 15 minutos depois, imaginei que os caras pudessem ter esfriado a cabeça e fui tentar conversar, mas foi a mesma coisa. Vi que não ia adiantar e, então, desci [da tribuna] para fazer a coletiva e o trabalho que tem de ser feito. Eu sou um cara muito de boa. Acho que ali acabou sendo uma situação de jogo... O cara não pode fazer, mas estava de cabeça quente e tal. Eu nem cheguei a tocar no assunto nas minhas redes", disse.

O dono do canal "Flazoeiro" disse que, ainda na Arena da Baixada, foi procurado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que indicou ter visto o vídeo, e pela assessoria do Athletico, que solicitou o registro do episódio. Segundo o UOL Esporte apurou, a CBF analisa o caso. 

Em um vídeo publicado no Instagram, Airton Cordeiro Filho, que se identifica como um dos donos da Rádio Trio de Ferro, fez um pronunciamento e disse que Guilherme teria colocado os equipamentos na bancada da rádio e feito "gesticulações à torcida do Athletico".

O Flamengo emitiu uma nota oficial sobre os diversos casos que ocorreram, lamentando o "triste registro de violência e desrespeito contra torcedores flamenguistas e jornalistas que cobrem o clube". Sobre o episódio entre Guilherme e Thiago, o Rubro-Negro indicou que: 

"Após o jogo, um jornalista foi intimidado e ameaçado por profissionais ou pessoas igualmente credenciadas pelo Athletico Paranaense, no momento em que fazia seu trabalho, sem ter tido nenhuma postura ofensiva que justificasse tal atitude", apontou em trecho do documento.

Veja o vídeo do ocorrido.

Com informações de UOL