VÍDEO: Homem ateia fogo em si mesmo em frente ao tribunal de julgamento de Donald Trump nos EUA

19 de Abril 2024 - 17h22
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Um homem ateou fogo em si mesmo do lado de fora do tribunal onde o julgamento histórico do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump estava em andamento nesta sexta-feira (19). Identificado por um alto funcionário do Departamento de Polícia como Max Azzarello, de 37 anos, ele estava em uma área isolada para apoiadores do republicano quando, por volta das 13h35 (14h35 em Brasília), se encharcou com um líquido e deu início às chamas. Ainda não se sabe o que motivou a ação.

O caso ocorreu pouco depois de, na corte, ter sido concluída a seleção dos jurados (12 titulares e seis suplentes) que decidirão o destino de Trump no julgamento — o primeiro em que um ex-presidente dos EUA se senta no banco dos réus. O republicano, que busca voltar à Casa Branca nas eleições de novembro, é acusado de tentar ocultar pagamentos à atriz pornô Stormy Daniels para comprar seu silêncio na reta final da campanha eleitoral de 2016, na qual foi eleito.

Dentro da sala de audiências, de acordo com o Guardian, o juiz Juan Merchan estava aparentemente alheio ao ocorrido e tinha acabado de encerrar o expediente para o almoço. Ele também disse aos jurados recém-selecionados para atuar no caso que as declarações de abertura estavam marcadas para a próxima segunda-feira, às 9h30 (10h30 em Brasília). No local, conforme relatado pela CNN, uma pessoa se aproximou de Trump e falou algo em seu ouvido.

Após Azzarello atear fogo em si mesmo, pessoas chegaram a correr para tentar extinguir as chamas. A intensidade do calor, no entanto, podia ser sentida a metros de distância. Após alguns minutos, dezenas de policiais correram para tentar abafar o fogo. O homem, que parecia estar vivo, foi colocado em uma ambulância e levado para o hospital em estado crítico.

Uma testemunha que preferiu não ser identificada afirmou que o homem jogou panfletos no ar antes de se incendiar. A pessoa, que usava jeans e uma camiseta cinza escuro, caiu no chão logo em seguida. Alguns panfletos faziam referência ao ex-presidente George W. Bush, ao ex-vice-presidente Al Gore e ao advogado David Boies, que representou Gore na recontagem das eleições presidenciais de 2000.

Nesta semana, advogados do Tribunal Criminal de Manhattan têm questionado potenciais jurados para definir as 12 pessoas e seis suplentes que terão a tarefa de decidir se Trump subornou a atriz pornô Stormy Daniels, que alegou ter tido relações com ele. O caso criminal, o primeiro de um ex-presidente americano e um desafio à sua tentativa de reconquistar a Casa Branca em novembro, decorre de um suposto suborno feito durante a campanha presidencial de 2016.

Há a expectativa de que o julgamento possa se estender até julho, possivelmente com uma decisão antes da Convenção Nacional do Partido Republicano, que consagrará a candidatura de Trump à Casa Branca após a vitória acachapante nas primárias.

Trump é acusado de fraudar 34 registros contábeis para ocultar o pagamento de US$ 130 mil (R$ 660 mil, na cotação atual) feito em troca do silêncio de Daniels, com quem teria tido um relacionamento extraconjungal no passado. O pagamento teria sido feito poucos meses antes da eleição de 2016, para evitar que o vazamento da história prejudicasse a sua imagem durante a campanha contra a democrata Hillary Clinton. A história foi revelada pelo jornal Wall Street Journal em 2018, quando ele já era presidente. Se for condenado, ele pode pegar até quatro anos prisão.

Este é, no momento, o caso mais frágil de todas as questões jurídicas que Trump enfrenta, segundo analistas. Não estão claros quais os efeitos em caso de uma eventual condenação, seja na perda de apoio do eleitorado ou no cenário jurídico, uma vez que não há impedimento a pessoas presas de concorrerem a cargos públicos.

Por sua vez, o magnata republicano se declara inocente das acusações e diz ser vítima de uma “caça às bruxas” por parte dos democratas para o impedir seu regresso à Casa Branca. O republicano critica que tenha de comparecer ao tribunal em vez de fazer campanha como o seu provável concorrente Joe Biden, atual presidente, a quem culpa por orquestrar uma cruzada judicial contra si.

Além do julgamento em Manhattan, o republicano tem outras batalhas judiciais em aberto, desde tentar reverter os resultados eleitorais de 2020 para permanecer na Casa Branca ao manuseio e retenção de documentos secretos depois de deixar a Presidência em 2021.

Com informações do O Globo