
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Nova Esperança, em Parnamirim, na Grande Natal, ficou superlotada entre esta quinta-feira (26) e a sexta-feira (27), com pacientes internados nos corredores.
De acordo com a direção da unidade, Henrique Costa, durante a noite de quinta-feira a UPA Nova Esperança chegou a ter 41 pacientes, número que reduziu para 34 no início da tarde desta sexta - a unidade tem 22 leitos disponíveis. Essa realidade, segundo o diretor, completou pelo menos 15 dias.
"Tivemos algumas altas, porém a a realidade é essa: uma superlotação, sem condições de dar uma qualidade de atendimento, como nós sempre damos. Porém, estamos trazendo e estudando possibilidades de melhorar esse acolhimento aos pacientes aqui do nosso serviço", explicou.
O diretor disse que a regulação demorado mais em relação mais em relação às demandas da UPA. Antes, ele cita, a unidade tinha uma média de 7 pacientes transferidos por dia após inserção no sistema. Essa média caiu pra 1.
"Todo paciente que entra aqui, que é admitido, automaticamente a gente coloca no Regula RN, que é o sistema regulatório estadual. E nós não estamos tendo resposta do próprio sistema, porque não capta esses pacientes pros hospitais de referência", explicou o diretor Henrique Costa.
"Por isso, o grande motivo hoje dessa superlotação é não ter a rotatividade como nós tínhamos antigamente", garantiu.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) informou que a Central Metropolitana de Regulação esclareceu que a indicação de pacientes ocorre "a partir de critérios técnicos e clínicos" e que a UPA de Parnamirim teve diversos pacientes encaminhados para outras unidades "a partir dos que estão inseridos no sistema de regulação, dos quais 77% possuem indicação para leitos de enfermaria".
A pasta ainda disse que Parnamirim conta com mais de 252 mil habitantes, sendo o 3º mais populoso do estado, e tem "apenas 11 leitos clínicos disponíveis para atender seus municípes".
Uso de hospital em Pirangi é alternativa, diz diretor
Uma das pessoas afetadas é a técnica de enfermagem Cristiane Januário da Silva, que teve um tio internado na UPA na segunda-feira e aguardava transferência para um hospital.
"Desde segunda-feira que estou aqui com ele, esperando pra ver se resolve alguma coisa. Até agora não tem resposta de nada. Agora está aí nessa situação", disse.
"Eu acho um absurdo, porque os pacientes tudo jogado nos corredores, pacientes psiquiátricos, misturado com idoso, com tudo...está um caos".
Apesar da superlotação, a UPA não parou de receber atendimentos, segundo o diretor Henrique Costa, que explicou que, entre as medidas de solução buscadas junto com a prefeitura de Parnamirim, uma delas é levar pacientes que necessitam de mais cuidados para o Hospital Municipal Márcio Marinho, em Pirangi.
"Nós redefinimos ontem [quinta] à noite o fluxo do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência], que pega os pacientes problemáticos maior, e estamos levando pra Pirangi do Norte", explicou.
"A gente está trabalhando nessa perspectiva pra ver se até amanhã [sábado] ou no domingo já tenha a ampliação do serviço em Pirangi pra dar uma maior fluidez a esses pacientes que ficam aqui no corredor da UPA", completou.
Com informações do G1