
A demora no início das obras da engorda da Praia de Ponta Negra pode afetar a alta estação da próxima temporada, segundo avaliação de George Costa, presidente da Câmara Empresarial de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomercio-RN). Na sexta-feira (05), os órgãos envolvidos na obra discutiram o assunto em encontro promovido pela Fecomercio.
Na presença do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), o secretário de Meio Ambiente de Natal, Thiago Mesquita, reforçou a necessidade da intervenção para preservar o Morro do Careca e lamentou o impasse que vem travando o início da intervenção. O Idema disse que a liberação da Licença de Instalação e Operação da obra da engorda de Ponta Negra depende ainda de respostas das condicionantes da Licença Prévia (LP).
Para o empresário e coordenador da Câmara Empresarial do Turismo da Fecomércio, George Costa, a obra é de urgência para a praia. “Sem essa obra de engorda, a próxima alta estação poderá ser um desastre”, disse ele. Costa ressaltou que a solução da faixa de areia trará maior conforto para os usuários da praia, além de preservar o maior cartão postal da cidade, o Morro do Careca.
Thiago Mesquita, titular da Semurb, argumenta que, com a saída da draga, a obra ficaria para meados de 2025. “Ficaria sem prazo. Nós ficaríamos com tudo pronto, toda documentação entregue, com equipamento à disposição, pronto para começar em 24 horas e perderíamos a possibilidade de ter até um prazo para definir quando aconteceria, certamente em 2024 não acontece e continuaríamos tendo todos os prejuízos que a dinâmica costeira, a erosão na orla de Natal”, diz.
Um artigo científico produzido por professores e pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), apontou que o morro diminuiu 2,37 metros na altura em 17 anos. No levantamento ficou constatado que a altura do Morro do Careca atualmente é de 63,63 metros. Esse número, em 2006, era de 66 metros. Conforme o levantamento, a redução se deve a uma convergência de fatores, entre eles o avanço do mar e a redução da faixa de areia em Ponta Negra, o que faz com que a energia das ondas alcance a base do Morro.
Mesquita acrescenta que a não definição sobre o licenciamento é um elemento que pode provocar impactos ambientais negativos ainda maiores do que o já registrado no cartão-postal. “A obra terá um impacto positivo porque a consiste em tirar a areia de um lugar e colocar em outro, é uma terraplanagem. É única e exclusivamente isso. É uma obra limpa, rápida e objetiva, onde os impactos são conhecidos, onde existem os programas de controle e monitoramento para mitigá-los, tudo isso já foi apresentado ao Idema”, destaca.
Com informações de Tribuna do Norte