Funcionários públicos do Distrito Federal acusam o Sindicato dos Servidores e Empregados da Administração Direta, Fundacional, das Autarquias, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista (Sindser) de ter aprovado “na surdina”, durante assembleia, o desconto salarial de 1% sobre a folha dos servidores da categoria.
A decisão, que impactou cerca de 40 mil servidores do DF, teria ocorrido após reunião com cerca de 30 participantes. Diante da revolta após o ocorrido e de um movimento massivo de integrantes da categoria, na tentativa de impedir o desconto no contracheque, a medida acabou suspensa na última terça-feira (10).
“O que mais indignou as pessoas foi que a assembleia ocorreu sem divulgação, escondida, sem agendamento. Pareceu uma tentativa de pegar o dinheiro do servidor, que acabou frustrada pela indignação”, afirma o funcionário público Kenedy Amorim. Veja vídeo da reunião:
O Sindser representa empregados de órgãos como a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), entre outros.
Na ata da assembleia que aprovou o desconto de 1% em folha, os diretores do sindicato detalharam que a taxa seria tomada de forma “assistencial” e que não se trataria do imposto sindical. O valor seria cobrado automaticamente de servidores não filiados integrantes de categorias atendidas pelo Sindser.
A contribuição assistencial havia sido aprovada em 3 de outubro último. Seis dias depois, servidores que não concordavam com o desconto formaram longas filas na sede do sindicato, no Conic, para apresentar declaração desautorizando a cobrança.
Além disso, a entidade havia disponibilizado apenas a opção presencial para cancelamento do desconto, e em horários bastante específicos: das 10h às 11h30 e das 14h às 16h.
Após a repercussão negativa do caso, o Sindser comunicou, na tarde de terça-feira (10), que suspenderia a decisão “até nova deliberação”. Diretor do sindicato, André Luiz afirmou que o desconto foi aprovado em assembleia, mas não chegou a incidir sobre as remunerações.
Fila e caos
Quem compareceu à sede do sindicato na segunda-feira (9) reclamou também de encontrado só um guichê de atendimento. Os servidores ainda precisaram apresentar uma carta manuscrita, para impedir o desconto de 1% no contracheque.
Com informações de Metrópoles