Sem aumento de efetivo, RN terá menos de 500 Policiais Civis em 10 anos

14 de Outubro 2019 - 12h42
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A diminuição do efetivo da Polícia Civil é uma realidade preocupante e, caso não seja revertida nos próximos anos, alcançará números insustentáveis. No início de janeiro deste ano, por exemplo, o efetivo era de 1401 policiais, entre agentes, escrivães e delegados. Em outubro, porém, caiu para 1358. Levantamento feito pelo SINPOL-RN aponta que em 2029 o efetivo será menor que 500, se não houver novas contratações, pois no decorrer dos próximos 10 anos 869 policiais civis estarão aptos a aposentadoria.

Com baixo efetivo e a perda mensal de policiais que se aposentam, as investigações se tornam cada vez mais lentas e inconclusivas. Com um déficit de 73,6%, a PCRN possui 3.792 cargos vagos, conforme Lei Estadual 417/2010, que deveriam ser preenchidos para suprir a demanda investigativa de um dos estados mais violentos do Brasil.

Esses números impactam de forma significativa no aumento da violência do Estado. Quem contestar essa afirmação, e não concordar com um real aumento do efetivo da nossa Polícia Civil, estará indo contra uma política de ação em desfavor da criminalidade. A violência vem cada vez mais afetando a economia do estado e a vida dos norteriograndenses.

A discussão sobre o efetivo se torna mais grave quando levamos em conta o número de policiais que vêm sofrendo de distúrbios psicológicos, pela carga excessiva de trabalho e falta de valorização, acarretando em pedidos de licença médica. Estudos realizados por duas universidades do Sul do país demonstram que 60% dos policiais civis sofrem de algum grau de distúrbio psíquico de caráter depressivo.

Os investimentos em segurança devem ser feitos em todas as frentes de atuação. Se um braço da Segurança Pública está com bom efetivo, mas o outro está defasado, este não processará de forma célere tudo que é produzido pelo outro.

Os crimes complexos realizados por organizações criminosas exigem esmero e intensa dedicação investigativa, mas a enorme demanda e os poucos profissionais disponíveis deixam a maioria desses crimes impunes. Os homicídios, roubos de veículos, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, dentre outras atividades criminosas encontram um campo fértil no Rio Grande do Norte, e transformam nosso Estado, no estado da impunidade.