Roberto Martinez deixa Bélgica após eliminação: "Podemos sair de cabeça erguida"

01 de Dezembro 2022 - 12h57
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Ao final do empate com a Croácia, que determinou o adeus da Bélgica à Copa do Mundo do Catar, Roberto Martinez distribuiu abraços em campo. Ali, se despedia, também, de uma era. Técnico da seleção desde 2016, o espanhol foi o comandante da melhor geração belga nos gramados. Na entrevista após a partida, Martinez confirmou que fez seu último jogo à frente da equipe.

- Esse foi meu último jogo. É emocionante, como vocês podem saber. Não sei se consigo continuar a falar. Podemos ficar orgulhosos do que esse time fez até aqui. Os verdadeiros fãs na Bélgica sabem disso. Acho que é realmente a hora de dizer que foi o último jogo - afirmou.

O técnico disse que a despedida já estava prevista. No comando do time desde 2016, disse ter recebido propostas no caminho, mas quis terminar seu contrato.

- Eu poderia ter saído lá atrás, para algum time de ponta. Mas quis continuar e terminar minha missão. Eu não estou pedindo demissão. É o fim do meu contrato.

Apesar do adeus precoce, Martinez não vê razões para arrependimentos. O técnico lamentou o desempenho nas primeiras partidas no Catar. Mas saiu satisfeito com a forma que o time jogou no empate contra a Croácia.

- Não tenho arrependimentos. Acho que está muito claro que, hoje, fomos nós. Não é fácil vencer um jogo na Copa do Mundo. Nós vencemos o primeiro sem termos sido nós mesmos. No segundo, nós tivemos uma derrota merecida porque não estávamos prontos. Hoje, estávamos prontos. Criamos muitas, muitas chances. Podemos sair de cabeça erguida.

Martinez acredita que a Bélgica tem condições de seguir em frente. Ainda que nomes como Eden Hazard já não estejam em seu auge, o técnico vê outros nomes que podem levar a Bélgica ao topo.

- Não (acredito que seja o fim da geração de ouro). Você tem jogadores como Amadou Onana, jogadores como Jérémy Doku. A geração de ouro está fazendo algo que está trazendo a próxima geração, e não é necessariamente os nomes estão nas páginas. O legado pode ser deixado de várias maneiras. Hoje saímos de um grande torneio e agora os padrões precisam continuar subindo e os jovens jogadores precisam continuar nessa linha.

Martinez se disse satisfeito com o planejamento feito para o jogo contra a Croácia. Acredita ter acertado ao guardar Romelu Lukaku para o segundo tempo, assim como Hazard. Os dois, ainda longe do ideal, conseguiram ajudar na reta final do jogo. Mas não foi o suficiente para a classificação.

- Eu acho que hoje fomos nós mesmos, jogamos contra um time muito bom. Criamos algumas chances, tivemos em posição de vencer. È o jogo que criamos mais chances, mas não vencemos. É um grupo que se importa muito com a camisa que representa. Mas nos primeiros jogos não fomos nós mesmos. E hoje foi completamente diferente. A bola bateu na trave e poderia ter entrado. Poderíamos vencer esse jogo por 3 a 0. Seria um sentimento completamente diferente.

Com informações do Globo Esporte