RN é um dos estados que mais desperdiça água no Brasil, acima da média nacional

06 de Junho 2023 - 10h28
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O Rio Grande do Norte é o sétimo estado do Brasil que mais desperdiça água. A informação é do Instituto Trata Brasil, que apontou que, em 2021, o ano mais recente com os dados disponibilizados, cerca de 40% da água potável produzida no país é perdida durante a distribuição. No caso do RN, o desperdício foi ainda maior: 52,2%. 

Isso significa que, a cada 100 litros de água captada da natureza e tratada para se tornar potável, mais de 52 litros se perdem por conta de vazamento nas redes, fraudes, “gatos”, erros de leitura dos hidrômetros e outros problemas. O RN ficou at´ras apenas do Amazonas, Maranhão, Rondônia, Roraima, Acre e Amapá. 

Enquanto a média nacional é de 40%, a situação é mais grave em alguns locais do país, como no Norte -- que, historicamente, sempre teve poucos investimentos em saneamento e, consequentemente, os piores indicadores do setor no país. Já os estados do Nordeste, a segunda região com mais perdas, seguem estáveis: o indicador passou de 46,3% em 2017 para 46,2%.

Veja o ranking do desperdício por estado:

Amapá: 74,8% da água produzida é perdida
Acre: 74,4%
Roraima: 64%
Rondônia: 61,4%
Maranhão: 59,2%
Amazonas: 53%
Rio Grande do Norte: 52,2%
Mato Grosso: 48,4%
Sergipe: 48,4%
Alagoas: 47%
Pernambuco: 46%
Piauí: 45,3%
Ceará: 45,2%
Rio de Janeiro: 45%
Rio Grande do Sul: 42%
Bahia: 39,7%
Espírito Santo: 38,8%
Minas Gerais: 37,5%
Pará: 37,4%
Tocantins: 35,5%
Paraíba: 35,4%
Distrito Federal: 35,1%
São Paulo: 34,5%
Santa Catarina: 34,1%
Paraná: 33,8%
Mato Grosso do Sul: 33,4%
Goiás: 28,5%

Segundo Rodrigo Melo do Nascimento, coordenador de combate às perdas da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), os índices de perdas do estado caíram 3% desde 2015, o equivalente a 74 milhões de metros cúbicos de água.

Segundo ele, o volume seria suficiente para abastecer a cidade de Mossoró e Parnamirim - segunda e terceira maiores cidades do estado - por um ano e meio.

Ainda de acordo com ele, a estatal tem investindo principalmente no monitoramento de pressão da rede e na macromedição dos sistemas de distribuição para tentar evitar desperdícios. A Caern contratou 980 pontos de monitoramento, dos quais mais de 600 já foram instalados.

"A gente consegue melhorar o abastecimento das áreas e enxergar problemas mais rapidamente. A redução de pressão reduziu em dois terços a perda registrada em alguns pontos", disse.

Ainda de acordo com ele, mais de 90% dos vazamentos são retirados de até três dias. "Muitos em menos de 24 horas", declarou. 

Com informações de Portal 96