Porto de Natal sairá da rota da CMA CGM e perderá R$ 5 milhões por ano

30 de Outubro 2022 - 07h36
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Em um ano, o Grupo CMA CGM, empresa global em soluções marítimas, terrestres, aéreas e logísticas, deixará de operar no Porto de Natal. A empresa já confirmou o desligamento à Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) e, se a estatal não conseguir atrair novos operadores, poderá reduzir as suas operações à metade, perdendo cerca de R$ 5 milhões por ano. As exportações potiguares poderão migrar para portos do Ceará com a saída do porto natalense da rota da CMA, que vai operar apenas com navios acima de  200 metros, o que impossibilita manobras na foz do rio Potengi por falta dos sistemas adequados de defensas da Ponte Newton Navarro e também sua limitação de altura. O Governo do Estado informou que ainda não foi notificado.

A CMA-CGM, empresa francesa de transporte marítimo e conteinerização, é responsável por metade das operações no porto da capital potiguar. 

O diretor da Codern contou que a motivação da empresa deve-se ao arrendamento de uma área no Porto de Mucuripe/CE. Essa área, equivalente a um porto e meio de Natal, foi colocada à disposição para a arrendamento e interessou à transportadora. “Nós oficiamos a empresa questionando se era verdade ou se eles permaneceriam conosco também. A nós, expuseram os motivos dizendo que seus navios de até 200 metros serão desativados e passarão a operar com navios de 260 metros que não entram no Porto de Natal”, explicou.

Essa limitação se deve à altura da Ponte Newton Navarro e à falta de defensas. Devido a isso, apenas barcos com altura inferior a 52 metros e 220 metros de comprimento entram no terminal potiguar. As defensas são estruturas que precisam ser instaladas na base das colunas da ponte, garantindo segurança de modo a suportar o impacto em caso de colisão, sem danos à ponte.

Caso outras operadoras não ocupem o lugar da CMA-CGM, o prejuízo para no terminal de Natal é milionário. “Nossa receita vai cair abruptamente em cerca de 50%. Isso equivale a algo em torno de R$ 5 milhões por ano. Deram o mês de outubro de 2023 como data de saída, mas nos preparamos para termos navios deles somente até o final dessa safra. Estamos trabalhando arduamente para que outras alternativas apareçam, em contato com outras operadoras, outro grande armador, para continuar dando vazão à exportação de frutas, com empresas que queiram exportar ou colocar na BR do mar produtos deles”, declarou o diretor-presidente da Codern, Brigadeiro Carlos EduardoO Governo do Estado do Rio Grande do Norte informou que não recebeu nenhuma notificação oficial sobre a desistência da  CMA CGM de operar no Porto de Natal, mas se disse aberto a dialogar sobre o assunto.

“O Governo do Estado não recebeu qualquer comunicado oficial de empresa armadora, com operação através do Porto de Natal, sobre suposto encerramento de embarque de carga através do terminal localizado na capital, de gestão Federal, sob alegação de problemas diversos de logística e estrutural. É praxe desta gestão a abertura ao diálogo, especialmente necessário quando se trata de atividades com relevância econômica e social ao estado”, diz a nota.

Com informações da Tribuna do Norte