
uem precisou se internar no Hospital Walfredo Gurgel, maior hospital de traumas do Rio Grande do Norte, nas últimas semanas está enfrentando corredores lotados de macas com pacientes à espera de procedimentos. A paralisação dos anestesistas, que começou no dia 15 de dezembro, agravou a situação dos pacientes e dificultou para quem recorre ao pronto-socorro. Tudo por causa da falta de pagamento da parte do governo do Estado e da Prefeitura do Natal. Ontem (12), o Governo do Estado anunciou o pagamento à categoria para retorno imediato, mas somente nesta sexta-feira (13) haverá uma definição.
A paralisação suspendeu o atendimento de cirurgias e exames eletivos. Nesse período, os profissionais estão mantendo os serviços de urgência e emergência, além das escalas de plantão. Relatos de funcionários do Hospital Walfredo Gurgel indicam que a situação é caótica, sem vagas para acomodar os pacientes. Na tarde de ontem (12) chamava a atenção a fila de ambulâncias de diversos municípios na frente do hospital, além das unidades do Samu paradas com suas macas presas, já que os pacientes que chegam não encontram leitos disponíveis e precisam permanecer nessas macas.
Nas unidades com profissionais da cooperativa, também estão suspensos os exames eletivos que necessitam de aplicação de anestesia nos pacientes. Estes estão em situação ainda mais delicada e boa parte são idosos, o que torna o contexto mais preocupante.
Em nota, a Cooperativa do Anestesiologistas do Rio Grande do Norte (Coopanest-RN) informou que foi comunicada de que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap/RN) realizou o pagamento referente ao mês de agosto, mas que fica em aberto o mês de julho. “Amanhã (hoje), após a reunião marcada com a Secretaria Municipal de Saúde (de Natal), às 9h, a direção da Coopanest irá se reunir para decidir o fim da paralisação e sobre o retorno imediato das atividades. Os anestesiologistas acreditam na intenção do Governo do Estado e da Prefeitura de Natal em resolver essa situação insustentável para todos”, diz a nota.
De acordo com o Sindicado dos Servidores da Saúde (Sindisaúde/RN), a situação é caótica. “Na ortopedia, temos oito pacientes aguardando procedimentos de urgência no centro cirúrgico, pacientes com mais de 24 horas de espera e uma faixa de 80 pacientes internados no pronto socorro. São aproximadamente dez pacientes para cada técnico, ou seja, sem nenhuma condição de se prestar uma assistência de qualidade”, informou João Assunção, da diretoria do sindicato.
Os anestesiologistas cooperados reivindicam o pagamento de parcelas em atraso do Governo do Estado referentes aos meses de julho e agosto, o que representaria R$ 2.063.559,90 na amortização da dívida; e um débito em torno de R$ 600 mil da Prefeitura do Natal.
Com informações de Tribuna do Norte