Opinião: Em artigo, Girão aborda os sete anos da Lava Jato

21 de Março 2021 - 04h27
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SETE ANOS DE LAVA JATO — JUSTIÇAS E INJUSTIÇAS

General Girão

Deputado Federal

Neste mês de março, a Operação Lava Jato completa seu sétimo ano de existência. Por acaso, num encontro fortuito de provas, foi descoberto o maior dos maiores escândalos de corrupção da história do Brasil. Ao longo desse período, foram ressarcidos aos cofres públicos perto de R$ 12,7 bilhões. E, embora os decorrentes prejuízos da Petrobras estejam estimados em valores superiores a R$ 30 Bilhões, ainda é válido afirmar que não conseguimos saber de todos os desvios ocorridos.

Temos que aceitar uma lentidão da justiça nas apurações dos crimes, bem como medidas intermináveis dos advogados desses marginais, que não por acaso, permeiam as salas das grandes decisões dos Poderes da República. Teriam sido julgados, nesses sete anos, mais de 1.300 recursos somente relacionados à Lava Jato, alguns deles com evidências inegáveis na mídia, nos juizados de Primeira Instância, nos Colegiados das Instâncias superiores e até mesmo na Corte Suprema. Como leigo na cátedra do Direito e como cidadão, não posso aceitar que julgamentos robustos, confirmados em duas ou três instâncias, sejam anulados, apesar dessa plêiade de provas e delações, por razões de filigranas jurídicos que só uma pessoa fluente em “juridiquês” arcaico pode compreender.

Nós temos o direito e o dever de exigir respostas e atitudes, em prol da justiça e da imagem do cidadão brasileiro.

A trama marginal envolveu, e ainda envolve, integrantes de alguns “Poderes Podres” da Nova República, com agressões à Constituição e ao arcabouço legal vigente. Essa mesma Nova República já precisa aceitar que faleceu, tendo a “causa mortis” identificada como corrupção.

Por vezes, decisões judiciais podem e devem ser reformadas. Porém, nenhuma revisão de decisões tem o direito de desmerecer os julgadores de instâncias inferiores, bem como de apresentarem conotações pessoais, mas tão somente de indicar a interpretação diversa sobre o direito pleiteado. Infelizmente, essa não tem sido a prática no atual Pleno do STF. Nesses sete anos, apesar dos muitos avanços nas investigações e condenações, penso que não temos muito a comemorar. Palavras e atitudes envolvendo Ética, Moral e Caráter parecem não constar no vocabulário dos soberanos — e não supremos — julgadores.

Na verdade, SOBERANO mesmo é o POVO BRASILEIRO, que sempre se manifesta a favor do que diz a nossa Bandeira.

E podemos nos orgulhar disso.

Finalizo pedindo a cada um dos leitores que continuem acreditando em nosso Brasil. Apesar de tudo, sabemos que “Deus é brasileiro” e, por isso mesmo, vai continuar nos abençoando.