
Entre janeiro e junho de 2023, 1.902 mulheres foram assassinadas no país, de acordo com dados divulgados na última semana pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O primeiro semestre deste ano registrou 34 mil casos de estupro de meninas e mulheres — o que representa um aumento de 14,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esses dados correspondem aos registros de boletins de ocorrência em delegacias de Polícia Civil de todo o país. Do total de ocorrências, 70% envolveram meninas de 13 anos como vítimas.
Diante do cenário exposto, a Hapvida NotreDame Intermédica, em parceria com a ONG As Justiceiras, deu um importante passo e lançou o Canal da Mulher. A ferramenta visa a suprir a necessidade de sistemas alternativos para combater e prevenir a violência de gênero.
Utilizando a tecnologia, situações de violência podem ser denunciadas pela própria vítima ou por terceiros. Para isso, basta acessar o link: https://linktr.ee/canaldamulherhapvidandi
A plataforma — disponível 24 horas por dia, sete dias por semana — conta com uma força tarefa voluntária de mulheres para oferecer orientação jurídica, psicológica, socioassistencial, médica e rede de apoio e acolhimento.
A psicóloga da rede de atendimento, Mayrla Pinheiro, explica que há cinco tipos diferentes de agressão que as mulheres podem sofrer — física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
Ela detalha que a violência física, normalmente, vai contra a integridade corporal da mulher e pode começar com apertões e empurrões, podendo chegar a crimes com armas brancas e armas de fogo.
Na violência psicológica, o agressor interfere nas questões psíquicas da vítima, fazendo-a duvidar da própria sanidade mental. "São emitidas frases como 'você está fantasiando, vendo coisas, isso não existe, você é louca, você está desequilibrada'. Às vezes, anda colada com a violência física, porque o agressor bate e depois coloca a culpa na vítima", pontua Pinheiro.
O terceiro tipo de violência é a sexual. Diferentemente do que se pode imaginar, ela acontece para além do estupro. "Qualquer tipo de relação sem consentimento da outra pessoa é violência sexual. Até mesmo o fato de o agressor, por exemplo, posicionar-se contra o uso de contraceptivos deve acender o alerta, porque a mulher precisa ter total controle do seu corpo", exemplifica a psicóloga.
O mesmo vale para quando a vítima estiver sob o efeito de álcool, de outras drogas ou dormindo. "Se o ato sexual acontece sem que a mulher tenha o discernimento de dizer 'eu quero', também é um ato de violência sexual", reforça.
Já a violência patrimonial acontece quando o agressor retém, destrói ou subtrai qualquer tipo de bem da vítima. Algumas das situações comuns estão relacionadas ao controle do salário da vítima, além da danificação de roupas e objetos em geral.
"Por último, a violência moral está relacionada a injúria, calúnia e difamação. Nesse caso, podem haver xingamentos que, em virtude da recorrência, acabam sendo erroneamente naturalizados. Algumas vezes, a pessoa cresce vendo problemas similares entre os pais e naturaliza, mas é preciso compreender a gravidade da situação e não aceitar”, alerta Pinheiro.
Saiba mais
A ONG As Justiceiras é conhecida por suas parcerias com organizações e signatários importantes, além de fazer parte de iniciativas públicas, como a ONU Mulheres e a coalizão pelo fim da violência contra as mulheres. Essa escolha estratégica reforça o compromisso público da Hapvida NotreDame Intermédica com as suas clientes e com a causa.