Lula se diz grato a Fachin e fala como candidato

10 de Março 2021 - 11h53
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (10), que “não tem tempo de pensar em candidatura” para a eleição presidencial de 2022. A declaração foi dada em seu rpeimiros discurso após retormar seus direitos políticos.

“Não podemos ficar respondendo à insistência da imprensa para escolher um nome. O que precisamos é colocar nossa gente para andar o Brasil”, disse.

A declaração vem dias após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin de anular todas as decisões tomadas pela 13ª Vara de Curitiba nas ações penais contra Lula na operação Lava Jato.

Em pronunciamento na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), o ex-presidente afirmou que a decisão de Fachin foi “tardia” e voltou a dizer que a Lava Jato foi a “maior mentira jurídica do Brasil em 500 anos”.

“Eu sou agradecido ao ministro Fachin porque ele cumpriu uma coisa que a gente reivindicava desde 2016. A decisão que ele tomou tardiamente vem 5 anos depois de que foi colocado por nós”, declarou.

O ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT), a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Guilherme Boulos (Psol) estiveram ao lado de Lula durante o pronunciamento.

Confira alguns trechos do discurso

Eleições de 2022: “Não podemos ficar respondendo à insistência da imprensa para escolher um nome. O que precisamos é colocar nossa gente para andar o Brasil. O Haddad pode ir junto com a UNE (União Nacional dos Estudantes) visitar as universidades. Ele tem cabedal histórico para isso. Isso que temos que fazer. Vamos fazer. Depois, a gente discute o resultado do que fomos capazes de produzir. Não podemos nos preocupar com críticas e ataques menores”.

Pandemia: “Convido vocês para lutar nesse país para garantir que todo brasileiro, independentemente da idade, tome vacina. Para isso, temos que obrigar o governo a comprar vacina. Temos que brigar pelo salário emergencial, por investimento e geração de emprego, sobretudo a partir da infraestrutura. É preciso política de ajuda ao pequeno e micro empresário. Quantos restaurantes, farmácias e salões de beleza estão fechando? Para quê existe governo? É para tentar encontrar solução para essa gente”.

Alianças para 2022: “Sabe qual é a vantagem de ser mais velho? É porque a gente tem mais história. Vocês estão lembrados que quando fui candidato em 2002 o vice era o companheiro José Alencar? Ele era do PMDB. Como o PMDB, não me apoiava, articulamos a entrada dele no PL. Foi a 1ª vez que tivemos uma aliança entre capital e trabalho no Brasil. José Alencar era empresário e eu, dirigente sindical. Sem falsa modéstia, acho que foi o momento mais promissor da história democrática do país. Temos que esperar chegar o momento de discutir e escolher o candidato. A Gleisi participa de reuniões com PDT, Psol, PC do B e PSB. Quando chegar o momento, vai ser possível uma candidatura única ou se terá mais candidatos”.

“Eu duvido que consiga repetir o vice das qualidades do José Alencar. Esse país não tem muita gente com o caráter, discernimento e lealdade dele. Tem momento para tudo. Não podemos ficar respondendo à insistência da imprensa. O que precisamos é colocar nossa gente para andar”.

Frente ampla: “A frente ampla é para ter capacidade de conversar com outras forças políticas que não estão no espectro da esquerda. Em 2002, o José de Alencar foi meu vice. Nos Estados, o Flávio Dino, do PC do B, foi eleito numa aliança ampla, não numa aliança de esquerda. O Camilo e o Rui Costa também”.

“Quem via o filho brigando por bife não tem dificuldade de construir aliança quando chegar o momento para isso”.

Fonte: Poder 360