Leilão do 5G: nova operadora desiste de lote arrematado e terá que pagar multa

12 de Novembro 2021 - 03h48
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A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou que a empresa Fly Link desistiu do lote de frequência que arrematou durante o leilão do 5G na última sexta-feira (5). Com a desistência, a companhia precisará pagar uma multa, e não se tornará mais uma nova operadora de telecomunicações.

Segundo comunicado da agência, a decisão da Fly Link ocorreu “por não ter arrematado outros lotes que complementariam o seu modelo de negócios”.

Com a decisão, a empresa precisará pagar uma multa de 10% sobre o preço ofertado na proposta vencedora. Além disso, o lote arrematado não tinha recebido nenhuma outra proposta, e por isso passa a ser considerado “deserto”.

Em nota enviada ao CNN Brasil Business, a empresa afirmou que “torna-se inviável desenvolver um plano de negócios contemplando apenas o lote H42”. O motivo seria que o lote engloba uma tecnologia “incipiente e com mercado ainda muito restrito”, e a empresa não arrematou outros lotes que compunham sua estratégia de negócios.

“Existe uma expectativa de que no próximo ano haverá um novo leilão do 5G, e caso isso de fato se materialize, a Fly Link irá analisar as frequências que serão ofertadas pela Anatel, e eventualmente poderá participar do novo certame”, diz a nota.

Em outro comunicado enviada na sexta-feira, a empresa afirmou que o lance vitorioso para o lote H42 fazia parte de uma estratégia “que levava em consideração uma possível vitória nos lotes C8 e F8, o que acabou não se concretizando”.

Por causa disso, a Fly Link disse que iria “reavaliar o plano de negócios considerando apenas a vitória no lote H42, para avaliarmos os investimentos e o retorno nesse lote isolado”.

A Fly Link foi criada em 2002 e está sediada na cidade de Uberlândia, Minas Gerais. A empresa atua no fornecimento de internet para linha fixa, por meio de conexão discada e sem fio.

O lote H42 foi arrematado por R$ 900 mil, e prevê a operação na faixa de frequência de 26 GHz, englobando cidades do sul de Minas Gerais, municípios de Goiás, de São Paulo e a cidade de Paranaíba, no Mato Grosso do Sul.

Na faixa de 26 GHz, as empresas devem prover com 5G redes empresariais em setores como da indústria, mineração, logística e agronegócio. Quem arrematou lotes na faixa também tem como compromisso a implementação de projetos de conectividade nas escolas.

Já os lotes C8 e F8 envolvem a mesma região, mas o primeiro para frequência de 3,5 GHz e o segundo para 2,3 GHz. Ambos foram arrematados pela Algar Telecom, que já atua como operadora de telecomunicações.

A Fly Link fazia parte de um grupo de outras 5 empresas que passarão a ser operadoras de telecomunicações após arrematarem lotes no leilão. Ele é composto por Brisanet, Cloud2U, Winity, Consórcio 5G Sul e Neko Serviços.

Com informações do Estadão Conteúdo e CNN Brasil