Laudo diz não ser possível concluir se idoso estava morto ao chegar a banco

18 de Abril 2024 - 06h42
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O laudo de exame de necropsia de Paulo Roberto Braga, 68, idoso que aparece morto em um vídeo dentro de uma agência bancária em Bangu, na zona oeste do Rio, não confirmou se ele morreu antes de chegar ao banco ou no local. O motorista de aplicativo que levou Paulo e a mulher que o acompanhava disse ele estava vivo durante o trajeto.

O laudo afirma não haver "elementos seguros" para afirmar que ele faleceu no "trajeto, no interior da agência bancária, ou que foi levado já cadáver à agência bancária." 

O documento diz ainda que o homem pode ter morrido até sete horas antes da gravação do vídeo na última terça-feira (16). O socorrista do Samu foi acionado às 15h, e ao chegar já encontrou o corpo com livores de hipóstase — mudança de coloração que surge na pele de cadáveres.

A perícia diz que foram identificados no idoso sinais de bronco aspiração, congestão pulmonar e falência cardíaca por doença isquêmica prévia. A conclusão depende do resultado de exames toxicológicos. Paulo foi levado ao banco por Érika de Souza Vieira Nunes, 43, presa em flagrante por suspeita de levar o idoso já morto ao local.

O perito também teve acesso ao prontuário médico da UPA de Bangu onde o paciente esteve internado entre 8 e 15 de abril. Seu diagnóstico um dia antes de morrer era de "pneumonia não especificada", dependente de oxigênio.No prontuário, consta que, no dia da alta, o paciente estava taquicárdico, com "frequência cardíaca de 97 batimentos por minuto, saturação de oxigênio no sangue periférico de 95%, com dificuldade para deglutir e disártrico, com dificuldade na fala".

O que diz o laudo
De forma indireta, o perito não se opõe que o óbito tenha ocorrido entre 11h30h e 14h30h do dia 16/04/2024. Dessa forma, o perito não tem elementos seguros para afirmar, do ponto de vista técnico e científico, se o sr. Paulo Roberto Braga faleceu no trajeto ou interior da agência bancária, ou que foi levado já cadáver à agência bancária.

"O exame demonstra cadáver de um homem previamente doente com necessidades de cuidados especiais, com morte por broncoaspiração do conteúdo estomacal e falência cardíaca. Aguardo exames toxicológicos para determinar se houve fator externo contribuindo para a morte com drogas."

Com informações de UOL