Juiz ouve Cid nesta sexta após áudios em que militar critica PF

22 de Março 2024 - 09h57
Créditos: Câmara dos Deputados

 

Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid deve ser ouvido nesta sexta-feira (22), às 13h, pelo juiz-instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. A sugestão para que ele seja ouvido partiu da Polícia Federal (PF), a fim de que o militar esclareça áudios em que ataca o ministro do STF e a própria corporação.

A informação é do colunista Gerson Camarotti, confirmada pelo Metrópoles. A audiência com Mauro Cid será presidida pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes. Além dele e da defesa, participará do depoimento um representante da PGR.

Os áudios foram divulgados pela revista Veja na noite de quinta-feira (21). De acordo com a reportagem, Cid afirmou que a corporação está com a “narrativa pronta” e que os investigadores “não queriam saber a verdade”.

Com a divulgação dos áudios, a Polícia Federal pode reavaliar a delação premiada de Mauro Cid, que foi aceita pela instituição em setembro de 2023.

Em nota, a defesa de Cid afirmou que, em nenhum momento, ele coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do STF na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador. “Seus defensores não subscrevem o conteúdo de seus áudios”, completou.

“Referidos áudios divulgados pela revista Veja, ao que parecem clandestinos, não passam de um desabafo em que relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional pelos quais está passando”, declarou a defesa de Cid.

Segundo os advogados, esse “desabafo” vem “da investigação e dos efeitos que ela produz perante a sociedade, familiares e colegas de farda”.

“[…] Mas que, de forma alguma, comprometem a lisura, seriedade e correção dos termos de sua colaboração premiada firmada perante a autoridade policial, na presença de seus defensores constituídos e devidamente homologada pelo Supremo Tribunal Federal nos estritos termos da legalidade”, continuou.

Inicialmente, os investigadores queriam chamar Cid para esclarecer questões envolvendo os áudios. Porém, mudaram a rota e acharam melhor sugerir que o ex-ajudante de ordens seja ouvido pelo juiz-instrutor, já que Cid os colocou sob suspeição.

Com informações de Metrópoles