Governo Bolsonaro articula aliança mundial pró-família com países conservadores

14 de Setembro 2019 - 04h05
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O governo do presidente Jair Bolsonaro começou a costurar uma aliança de países que defendam posturas conservadoras com o objetivo de influenciar a agenda de direitos humanos.

A ideia, segundo o blog de Jamil Chade, do portal UOL, é de modificar a forma pela qual assuntos como educação sexual e gênero têm sido tratado nos últimos 25 anos na ONU, OMS e outros organismos internacionais, além de "resgatar valores".

A ofensiva tem sido visto nos bastidores com entusiasmo por alguns. Mas com preocupação por outros governos que temem que tal iniciativa seja um lobby para tentar se contrapor à agenda progressista que, nas últimos décadas, ampliou direitos a minorias no direito internacional, inclusive de grupos LGBT.

O projeto ainda é interpretado como um possível ataque contra consensos formados desde a década de 90, fortalecendo os direitos de mulheres e meninas.

Na semana passada, em Budapeste, a ministra de Direitos Humanos, Damares Alves, fez um apelo por adesões à iniciativa. Ela aproveitou sua participação em um evento sobre "demografia" organizado por Viktor Orbán, o líder últranacionalista e conservador húngaro, para convocar os governos a formar um grupo de "amigos da família".

Segundo ela, seu objetivo na ONU seria "defender e resgatar os valores que alguns setores tendem muitas vezes a ignorar". Neste momento do discurso, a ministra foi aplaudida por parte daqueles que estavam no evento.

Ao fazer sua apresentação, a ministra indicou que estava representando "um homem incrível que quer trazer o Brasil ao mundo como um país pró-família e pró-vida", numa referência a Jair Bolsonaro. "Agora o Brasil é uma nação pro-família", disse.