"Gestões passadas trouxeram prejuízos", diz superintendente dos Correios no RN

25 de Maio 2019 - 04h21
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As consequências de uma possível privatização dos Correios foi tema de Audiência Pública realizada na manhã desta sexta-feira (24), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. O deputado Francisco do PT, propositor do debate, abriu a audiência declarando que o tema é estampado rotineiramente na mídia e redes sociais. 

“O desejo do atual governo federal em privatizar diversas estatais é apresentado quase que diariamente. Os Correios, que tem um papel importantíssimo em todo o país, principalmente em lugares ermos, de difícil acesso, onde empresas privadas não querem atuar, é um dos principais alvos para a privatização”, afirma Francisco, que ainda alega o fato da Estatal manter parcerias com municípios, Estado e com a União para serviços de logísticas como entrega de livros didáticos, material biológico e provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Em 2018, a empresa se destacou no serviço de entrega de encomendas, com o aumento de 20% da receita bruta. 

O superintendente dos Correios no RN, Rodrigo Medeiros, participou da audiência e apresentou as funcionalidades e serviços oferecidos pela empresa que, segundo ele, é comum a toda família brasileira, mas muitos não conhecem as suas peculiaridades. “Em dois anos estamos em novo crescimento. Não podemos negar que decisões equivocadas de gestões passadas trouxeram prejuízos, mas retomamos o crescimento desde 2017 e estamos investindo num melhor funcionamento, principalmente no monopólio postal de mensagem que representa 40% da nossa receita”, defendeu o superintendente. 

Para José Rivaldo da silva, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios e Telégrafos e Similares - FENTECT, os Correios é uma empresa viável e salutar. “Temos exemplos de cidades potiguares que só têm o Banco Postal – serviço oferecido pelos Correios - para servir a população. Os correios é uma empresa de integração nacional, o governo federal precisa estudar a empresa antes de pensar em privatizar”, declarou Rivaldo.

A senadora Zenaide Maia (PROS) alegou que uma empresa estatal observa a população como o todo, já uma empresa privada priorizará o lucro e tratará diferente um grande centro que traz resultados positivos de uma pequena cidade que poderá gerar prejuízos. “Fiquei feliz com a apresentação do superintendente da estatal que exibiu números que comprovam a viabilidade dos Correios aqui no RN”, disse Zenaide.

Após a exposição dos integrantes da Mesa, o debate foi aberto ao público participante. Nos depoimentos, opiniões a favor da permanência do monopólio dos correios e outras em defesa da privatização.

Os presentes que defenderam a permanência dos correios enalteceram a importância da empresa no sistema estatal. Já os que querem a privatização manifestaram a opinião que os Correios são uma empresa defasada e que não é ruim abrir o mercado, pois o problema maior é o monopólio, porque as empresas se acomodam e não existe eficiência nos trabalhos.