FIERN debate com ministro reindustrialização e retomada da economia

26 de Maio 2021 - 02h58
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A defesa de reformas estruturantes e de políticas de reindustrialização e de fomento regional, para corrigir desigualdades e alavancar a retomada econômica brasileira, pautou a “Webconferência: Desenvolvimento Regional e as perspectivas para o RN”, na noite desta terça-feira, 25, Dia Nacional da Indústria. Promovido pela FIERN, o evento reuniu os presidentes da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade, da FIERN, Amaro Sales de Araújo, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

“A promoção do desenvolvimento regional deve ser prioridade para o Brasil. Algumas regiões precisam de estímulo para crescer, de políticas que diminuam desigualdades e promovam o fortalecimento do setor produtivo”, frisou Robson Andrade. “Não há país forte sem uma indústria dinâmica, forte e inovadora. O Brasil precisa criar condições para retomar investimentos e criar empregos”, acrescentou.

Ele frisou a importância da aprovação das Medidas Provisórias 1.016 e 1.017, que autorizam a renegociação de dívidas com os fundos de investimentos regionais da Amazônia (Finam), do Nordeste (Finor) e com os fundos de financiamento do Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro-Oeste (FCO), no Congresso, consideradas essenciais para a recuperação econômica nessas regiões.

As MPs foram acompanhadas de perto pela CNI e FIERN, como lembrou o presidente da Confederação, e teve o apoio direto do ministro Rogério Marinho. “As MPs irão permitir a recuperação das empresas dessas regiões, ao facilitar a renegociação, uma demanda que vem há décadas e que, hoje, com o ministro e o atual governo poderá ser sancionada pelo presidente Bolsonaro”.

O presidente da FIERN, Amaro Sales, destacou que as MPs 1.016 e 1.017 têm o impacto de contemplar mais de 300 mil empresas, que poderão renegociar e retomar suas atividades. E agradeceu o empenho do ministro e do presidente da República.

Para Amaro Sales, as perspectivas são de crescimento da economia este ano, mesmo com a pandemia. Mas para isso é preciso que o Brasil e o Rio Grande do Norte apostem na reindustrialização. “Transcrevo Robson Braga ao dizer que ninguém fará um País forte sem uma indústria forte. E acrescento que ninguém fará um Rio Grande do Norte mais forte sem considerar a força de nossa indústria”, enfatizou.

A atividade industrial no RN responde por 19,1% do PIB estadual e por 31% das exportações, além do alto potencial em agregar valor, no uso da tecnologia e em buscar soluções a partir de uma demanda social.

Amaro Sales defendeu ainda a necessidade de reformas estruturantes que promovam a melhoria do ambiente de negócios. “Precisamos da consolidação das reformas. A tributária para simplificar e diminuir o tamanho do custo tributário. Administrativa, porque precisamos de um Estado mais barato, eficiente e menos burocrático. E política para termos regras perenes, fortalecimento dos partidos políticos e coincidência de mandatos”, pontuou.

Criação de fundo de investimentos é anunciado por Rogério Marinho

O ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho anunciou, durante a webconferência do Dia da Indústria, a edição de uma nova Medida Provisória para criação de um fundo de investimentos voltado às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país, que permitirá criar consórcios municipais que venham, por meio de leilões à iniciativa privada, viabilizar projetos nas áreas de saneamento básico, mobilidade e segurança hídrica.

Segundo Marinho, uma carteira de mais de R$ 1 trilhão que precisa ser estruturada. Sendo, R$ 700 bilhões para obras de saneamento, 200 bilhões em mobilidade e mais R$ 150 bilhões em obras hídricas.

Além de contemplar a redução de taxas dos fundos constitucionais, com a liberação, em quatro anos, de R$ 8,5 bilhões, para fortalecimento da política dos fundos constitucionais.

“Continuaremos avançando em uma série de ações. Reafirmo o meu empenho e compromisso em dar as condições necessárias para que o Semiárido Nordestino, tenha a segurança hídrica para se desenvolver, de forma definitiva e estruturante”, disse.

Neste setor, o ministro pontuou ainda o andamento de projetos executivos das adutoras do Seridó, de Piquiri e Apodi, no Rio Grande do Norte. Esta última terá, no mês de junho, a ordem de serviço para início das obras no âmbito do 4º eixo de transposição das águas do Rio São Francisco, que beneficiará dez municípios do Alto Oeste Potiguar.