Fafá de Belém se apresenta no Teatro Riachuelo neste sábado

19 de julho 2019 - 12h51
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A cantora Fafá de Belém volta aos paucos de Natal e apresenta neste sábado (20) o show "Fafá Humana", no Teatro RIachuelo, a partir das 21h. Os ingressos custam entre R$ 140 e R$ 180. Mais informações sobre a venda de ingressos estão no site do Teatro Riachuelo.

FAFÁ HUMANA

O projeto "Humana" nasceu porque um grupo de pessoas me trouxe de volta aos estúdios. Eu não gosto de estúdio, acho chato. Gosto de palco, gosto de público. Quando comecei, há mais de quarenta anos, o mercado fonográfico oferecia mais possibilidades. Com o passar dos anos, ele se estreitou demais. Chegou uma hora em que eu tinha uma agenda de shows tão interessante que não via graça em entrar em estúdio para produzir novos trabalhos. Tudo o que a indústria me propunha era requentado e, comigo, requentado nem café!

Um dia, encontrei com o Zé Pedro, falei da música Meu coração é brega e gravamos "Do tamanho certo para o meu sorriso" (2015). Com esse projeto, foi emocionante perceber que ainda havia espaço no mainstream para uma cantora como eu, com quarenta anos de carreira e um jeito próprio, que não se submete e procura sempre se traduzir conforme o que está vivendo.

Em agosto de 2018, comecei a pensar em um novo projeto. O mesmo grupo de amigos queridos por trás do CD e do espetáculo "Do tamanho certo para o meu sorriso", sem que eu soubesse, sem que a gente se falasse, também. E todos pensávamos na mesma coisa: um álbum introspectivo, que mostrasse o outro lado do sorriso. Para gargalhar e sorrir na vida, a gente precisa olhar para dentro e ter uma base muito forte de relacionamento com o eu interior. Por isso, demos a esse projeto o nome de "Humana".

Esse álbum que vocês ouvem agora tem muito de mim, mas foi construído a muitas mãos: Paulo Borges, Zé Pedro, Arthur Nogueira, Fabio Buitvidas, Zé Manoel, Allen Alencar, João Deogracias e Richard Ribeiro. Esses profissionais deram corpo e voz a essa mulher livre, introspectiva, que tem uma vida e uma atitude muito próprias, que é destemida e grita seus amores, suas dores e suas dúvidas.

Eu sei que essa mulher é uma mulher brasileira. Saiu muito cedo para a vida e nunca abriu mão de sua dignidade. E vai em frente, e vai à luta, e se joga em tudo o que acredita com sua verdade. Essa mulher tem uma alegria na alma de sempre ser o que gostaria de ser e carregar suas marcas de lutas, de transposições de barreiras, de quebra de preconceitos com um sorriso nos lábios. Ou, às vezes, com uma gargalhada sonora, para provocar o impacto que a desvia um pouco da porrada que levou.

Essa mulher sou eu e muitas outras mulheres do Brasil.