Ex-atriz da Globo registra ocorrência por racismo contra a filha em colégio

29 de Abril 2024 - 06h14
Créditos: Reprodução/Instagram

A atriz Samara Felippo, 45, afirmou que abriu um boletim de ocorrência na Polícia Civil de São Paulo para denunciar um caso de racismo contra a filha que teria ocorrido no Colégio Vera Cruz, na zona oeste de São Paulo.

"Prontamente fiz um BO [boletim de ocorrência] na Decradi, a Delegacia da Diversidade, online, que era o que eu podia fazer na hora - e corri para a escola", contou a atriz em contato com Splash. De acordo com a atriz, ela está esperando "devolutiva" da escola agora.

"Esperei que a escola me desse uma devolutiva, no mínimo a expulsão, retirar essas meninas da escola. Não estou falando em isolar ninguém, linchar ninguém, sou contra tudo isso, mas, num lugar onde minha filha gostaria de continuar, já não dá mais", Samara Felippo a Splash.

No mínimo, a expulsão". A atriz contou que está em contato com a escola para descobrir qual punição será aplicada às crianças envolvidas, mas, se mantém firme de que a resposta necessária seria a expulsão do colégio.

"Para mim, suspensão não é suficiente". Samara disse, também, que alunas que cometeram racismo contra sua filha foram afastadas das aulas e retiradas de um passeio no meio do ano. No entanto, ela sente que é preciso uma resposta maior.

Segundo Felippo, essa não é a primeira vez que Alícia é vítima de racismo no colégio. A atriz contou que algumas colegas de sua filha a excluíam dos grupos na escola, fugiam quando ela queria brincar com elas.

"Essas agressões eram sutis, coisa de dia a dia, acusação de alguma coisa, fofoca com o nome dela em outra, exclusão de um grupo, brincadeirinhas de ela chegar em um grupo e elas sairem correndo e ela ficar sozinha, são recorrentes essas violências que crianças pretas sofrem todos os dias, até que o racismo se materializou dessa forma violenta na frente delas", Samara Felippo a Splash.

"Não estou falando com os pais das agressoras". Além de tudo, a atriz também revelou que não está em contato direto com os pais das "agressoras", mas fará comunicação via advogados para uma ação de danos morais.

"Fico feliz de poder levantar essa pauta". Em resposta à mobilização na internet em relação ao caso, Samara afirmou se sentir feliz de poder discutir assuntos como: "o que são políticas anti-racistas de qualidade, a obrigação de uma escola de botar educação afrobrasileira ali dentro, que está na lei, a obrigação de uma escola de ter políticas de cota e aplicá-las efetivamente".

O caso será encaminhado ao 14° DP (Pinheiros) para medidas cabíveis, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. "O caso citado foi registrado como preconceito de raça ou de cor na Delegacia Eletrônica. A mãe da menor, de 14 anos, afirmou que havia um escrito com uma ofensa racista no caderno da adolescente. Prontamente, a coordenação da escola foi acionada", disse o órgão em nota.

Com informações do UOL