Empresários veem melhora em bares e restaurantes em Natal

16 de Março 2022 - 11h11
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O setor de alimentação fora do lar em Natal mostrou indícios de recuperação nos primeiros meses de 2022. Segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/RN), 41% dos estabelecimentos da capital disseram que janeiro de 2022 foi melhor que o mesmo período do ano passado. O número de empresários que relataram prejuízo nesse mês (37%) ficou abaixo da média registrada nacionalmente, que correspondeu a 43%. 

Em uma análise mais aprofundada, a pesquisa também apontou que 24% dos estabelecimentos obtiveram lucro em suas atividades enquanto 37% permaneceram em equilíbrio econômico no período estudado. Comparado ao mês de dezembro de 2021, 44% disseram ter um faturamento menor em janeiro. De acordo com Max Fonseca, conselheiro nacional da Abrasel, o setor potiguar  tem uma capacidade de recuperação muito rápida. 

“Todas as evidências mostram que o RN tem se recuperado acima da média brasileira, até liderando em alguns momentos, e isso é muito bom. Vimos no primeiro ano da pandemia em 2020, quando em dezembro já tínhamos voltado aos níveis de emprego e de recolhimento de impostos anteriores à pandemia. Esse cenário vai ajudar as empresas nessa busca pela recuperação, já que muitos ainda operam no vermelho e tem empréstimos que tiveram reajustes acima do que era programado inicialmente”, disse. 

Outro aspecto analisado foi a forma de pagamento escolhida pelos potiguares. Os dados mostram que 82% dos clientes usam o cartão de crédito como meio preferencial para pagamento nos locais, enquanto 13% usam a função de débito. Do mesmo modo, no serviço de delivery, a opção de crédito continua sendo a preferida por 76% dos clientes, com 10% utilizando o pagamento por débito e 2% pagando com dinheiro. 

No entanto, a alta dos combustíveis que tem afetado a população de forma intensa também impacta o setor de alimentação fora do lar, algo que nem sempre é lembrado pelos consumidores e que acaba sendo refletido no preço dos serviços e produtos. “Na economia brasileira, o combustível é um dos itens mais sensíveis e ele afeta tudo. Todos os nossos insumos em algum momento precisam do transporte e aí é natural que haja repasses de preço, não temos condições de absorver mais um impacto”, explica Max, também proprietário do Chopp Camarão.

O empresário aponta que por o Rio Grande do Norte não ser um grande produtor de alimentos, a grande maioria dos insumos que chegam por via rodoviária, causando um primeiro grande impacto na cadeia. Do mesmo modo, outros setores como o de serviços que trabalha em conjunto com bares e restaurantes sofre impactos e repassa os preços gerando um ciclo vicioso econômico. 

Cenário
Na Avenida de Ponta Negra, zona Sul da cidade, o restaurante Curió comemora uma boa temporada de alto verão. Seu gerente geral, Samuel Silva, diz que o mercado da gastronomia passou por um período difícil mas já é possível enxergar uma melhoria e um futuro bem promissor. “Temos percebido que, mesmo com todos os problemas que temos enfrentado, essa retomada tem sido boa. Tivemos um verão muito bom e recebemos bastante turistas”, relata.

Localizado na mesma região, o Faaca Boteco e Parrilla ainda tem um movimento muito volátil nas suas atividades. Segundo o gestor Bruno Marques, houve uma queda no consumo na segunda quinzena de janeiro que persiste até então. “No meio de janeiro para o final verificamos uma queda. Tentamos fazer algumas ações com turistas, associados e conveniados de empresas, e mesmo assim o movimento não apareceu, Com o Carnaval, tivemos uma melhora no final de fevereiro mas após isso sentimos uma baixa no número de pessoas andando na rua”, diz.

No Goodala Burger, a proprietária Flávia Aguiar vê o aumento do movimento presencial atrelado às politicas públicas de saúde. Em novo endereço, o restaurante também virou espaço cultural, o que também atraiu clientes para conhecer o espaço. “A partir da campanha de vacinação, as pessoas se sentiram mais seguras para sair e consumir”, comenta.

Os três gestores acreditam que a cobertura vacinal da população potiguar tem contribuído para a retomada do setor. “Com essa cobertura vacinal, as pessoas se sentem mais seguras em consumir no local, muito diferente do mesmo período no ano passado”, complementa Flávia. 

Com informações da Tribuna do Norte.