Em decisão unânime, partido expulsa ex-presidente da Câmara

15 de Junho 2021 - 08h46
Créditos:

O DEM anunciou ontem (14) a expulsão do deputado federal Rodrigo Maia (RJ), ex-presidente da Câmara, do partido. A decisão foi unânime — seguindo o voto da relatora, deputada Prof. Dorinha (TO) —, e foi tomada durante reunião da executiva nacional da sigla.

O partido considerou que Maia cometeu uma "infração disciplinar" ao ofender o presidente nacional do DEM, ACM Neto (BA). Em meados de maio, o deputado publicou uma série de ataques ao ex-prefeito de Salvador, a quem chamou de "oportunista" e "sem caráter".

"Vice do [Jair] Bolsonaro", "Neto está ficando apenas com os bolsonaristas" e "este baixinho não tem caráter" foram apenas alguns dos comentários publicados por Maia em uma postagem no perfil oficial do DEM no Instagram. Ele ainda chamou ACM de "malandro" e lhe disse para voltar para a casa, porque "na política você perdeu o respeito".

À época, Maia já havia anunciado a intenção de pedir a desfiliação da sigla ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O apoio de parte da cúpula do DEM ao deputado Arthur Lira (PP-AL) na eleição para a presidência da Câmara foi justamente um dos motivos que levaram Maia a brigar com ACM Neto e decidir sair do partido. O deputado defendia a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP).

Após o anúncio da expulsão, Maia voltou a atacar ACM Neto, comparando-o a Tomás de Torquemada, inquisidor-geral do final do século 15 que ficou conhecido por perseguir judeus, bígamos, homossexuais e bruxas. Ele também adotava a prática de torturas e foi considerado o "terror da Inquisição".

"O presidente Torquemada Neto, usando o seu poder para tentar calar as merecidas críticas à sua gestão, tomou essa decisão. É lamentável o caminho imposto pelo Torquemada para o partido", postou Maia em seu perfil no Twitter.

Maia estava no DEM desde 2007, ano em que a sigla adotou o nome no lugar de PFL (Partido da Frente Liberal). Ele foi presidente do partido entre 2007 e 2011, além de presidente da Câmara de 2016 até o início deste ano, quando não conseguiu emplacar seu preferido à sucessão no posto, Baleia Rossi (MDB-SP).

Com informações do UOL