Copom pede “serenidade”, mas abre caminho para corte de juro em agosto

27 de Junho 2023 - 10h48
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Seis dias depois de decidir pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira (27) a ata da última reunião do colegiado, reiterou as preocupações com a resiliência da inflação no Brasil, mas abriu caminho para a possibilidade de “um processo parcimonioso de inflexão” a partir do próximo encontro do comitê, em agosto.

De acordo com a ata do Copom, o processo de desinflação no Brasil teve velocidade maior em um estágio inicial, mas, neste momento, vem ocorrendo de forma mais lenta, o que demanda “serenidade e paciência na condução da política monetária”.

“A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”, diz o Copom.

“Outro grupo mostrou-se mais cauteloso, enfatizando que a dinâmica desinflacionária ainda reflete o recuo de componentes mais voláteis e que a incerteza sobre o hiato do produto gera dúvida sobre o impacto do aperto monetário até então implementado”, prossegue a ata. “Para esse grupo, é necessário observar maior reancoragem das expectativas longas e acumular mais evidências de desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo.”

Ainda de acordo com a ata, “os membros do comitê foram unânimes em concordar que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.

Com informações de Metrópoles