Base do governo quer emplacar o mesmo time da CPI da Covid na CPMI do 8 de Janeiro

22 de Abril 2023 - 04h42
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A base do governo no Congresso Nacional quer emplacar o mesmo time que esteve à frente da CPI da Covid no comando da CPMI do 8 de Janeiro. A intenção dos governistas é destacar os quadros mais experientes e treinados do Senado nessas situações, para neutralizar a narrativa da oposição sobre os atos de vandalismo às sedes dos Três Poderes.

Após três adiamentos e pressão da oposição, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se comprometeu a ler o requerimento de instalação da comissão na próxima sessão do Congresso, em 26 de abril.

Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE) devem ser indicados para compor a comissão pelo lado do governo. Durante a investigação da CPI da Covid, em 2021, Aziz foi o presidente, Randolfe assumiu a vice-presidência, Renan ficou com a relatoria e Humberto foi membro-titular.

Segundo o vice-líder do governo no Congresso, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vão entrar na briga também pela presidência e relatoria da CPMI do 8 de Janeiro.

As cadeiras, no entanto, devem ser negociadas com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Se não houver acordo, a presidência é escolhida por votação, por isso, o tamanho dos blocos é importante para determinar a composição da mesa.

"Há uma maioria do governo. A presidência vai ser do bloco governista, e o relator, também", afirmou Farias, em coletiva de imprensa nesta quinta (20). "Vamos investigar, pegar financiadores, e vamos atrás dos autores intelectuais dos atos", afirmou o deputado.

Pelos cálculos de Farias, a situação é mais confortável no Senado, já que os blocos que apoiaram Pacheco na reeleição à presidência da Casa conseguiram escantear a oposição das presidências das comissões.

Na Câmara, a situação é mais apertada, mesmo com a criação do "superbloco" de Lira, que nasceu com o objetivo de garantir a governabilidade de Lula. Isso porque o grupo, com 172 deputados, incorpora partidos tanto da base do governo quanto do centro e de direita, como o MDB e o Patriota.

Com informações de R7