Bactéria rara paralisa brasileira nos Estados Unidos; família pede R$ 1 milhão de UTI

16 de Abril 2024 - 09h29
Créditos: Reprodução/Redes Sociais

A brasileira Claudia de Albuquerque Celada, de 23 anos, contraiu uma bactéria rara, desenvolveu botulismo e está há dois meses internada nos Estados Unidos. Ela foi ao país em novembro para fazer intercâmbio em Aspen, no Colorado.

A família dela, de São Caetano do Sul (SP), tenta trazer a jovem de volta para continuar a recuperação no Brasil, mas o transporte por UTI aérea custa US$ 200 mil (mais de R$ 1 milhão, na cotação atual). Foi criada uma vaquinha para a arrecadação do valor.

Os sintomas evoluíram rapidamente. A irmã dela, Luísa, conta que Claudia começou a passar mal no final de fevereiro, depois que saiu do trabalho. "Ela tomou banho, jantou e foi se deitar, mas teve falta de ar, visão embaçada e tontura. Ela mandou mensagem para as amigas irem ao apartamento dela, mas elas só viram de manhã", contou Luísa ao UOL.

Quando elas chegaram, minha irmã já estava muito pior, quase não conseguia respirar sozinha e estava com paralisia facial. Alguns outros músculos muito fracos, braços fracos, pernas fracas. Ela foi para o hospital e, logo depois, já estava 100% paralisada.

A família foi comunicada no mesmo dia. Luísa conta que as amigas entraram em contato com ela relatando os sintomas e perguntando o histórico médico de Claudia. Ela acompanhou a situação da irmã e, em uma semana, embarcou para os EUA após conseguir a emissão do visto emergencial de turista para entrar no país.

Claudia está internada em Denver, no Swedish Medical Center. "Assim que comunicaram que ela ia ter que ser transferida daquele hospital que ela entrou em Aspen para um hospital em Denver, que é onde ela está agora, a gente sabia que o caso ia ser um pouco mais complicado. Ela foi transferida de helicóptero, foi intubada, então o caso já estava muito sério."

O botulismo foi diagnosticado 15 dias depois, e a irmã não sabe qual alimento causou a contaminação da bactéria. Em geral, o contato pode ocorrer por meio de alimentos em conservas e embutidos de vegetais e frutas, carne e derivados, pescado, frutos do mar, leite e derivados.

A família ainda não sabe quanto vai custar a internação. "O valor de US$ 200 mil só cobriria o gasto do transporte de ambulância aérea dos Estados Unidos para o Brasil. Os gastos de internação a gente não sabe como estão. Só vamos ter esse valor quando ela tiver alta porque depende de muitos fatores, como exames e outros procedimentos."

O seguro saúde cobriu parte das despesas. "O seguro da Claudia era de US$ 100 mil e a gente sabe que já esgotou porque uma assistente social do hospital perguntou se a gente não tinha um segundo seguro ou alguma outra forma de pagar por isso", completou Luísa.

Não temos previsão de alta porque o plano do hospital é levá-la para o Brasil e continuar o tratamento lá. Então ela não vai ter alta, ela só vai fazer uma transferência de hospital. Mas a recuperação está indo muito bem, ela começou a recuperar alguns movimentos.

Terapia física e respiratória são diárias, além do uso de medicamentos. "Ela mexe um pouco os dedos da mão, os dedinhos do pé, está começando a ter força no punho. Ela já consegue abrir o olho, então já está enxergando de novo. Mas ainda não consegue levantar braço, perna ou cabeça."

A família faz uma vaquinha de US$ 200 mil para bancar a UTI aérea. Luísa explicou que o valor foi passado pelo hospital e garante todos os equipamentos que Claudia precisa para sobreviver, além de um médico, um enfermeiro, um socorrista e um terapeuta respiratório durante o transporte.

Com informações do UOL