Artigo: Mercado imobiliário do RN - Uma jornada de fé e persistência

24 de Março 2020 - 15h35
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Após 06 anos consecutivos de crise no setor, combatida com muita fé e persistência, o mercado imobiliário do Rio Grande do Norte considerava 2020 como o ano da virada, até que a pandemia chinesa trouxe uma projeção de caos humano, social e econômico. E agora, o que fazer?

Desde 2014 o mercado imobiliário brasileiro vem sofrendo com a maior crise que o setor já passou. No Rio Grande do Norte, vários fatores conseguiram agravar e alongar o impacto desta crise. Como consequência, várias construtoras e imobiliárias locais fecharam suas portas e construtoras de outros estados encerraram suas atividades por aqui. As que sobreviveram tem como locomotiva o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, cujo subsidio é o diferencial que ainda viabiliza as operações. Estimativas de mercado sugerem que cerca de 70% das construções no estado vem deste programa.

No mercado imobiliário, a palavra desenvolvimento tem como pré-requisitos, nesta sequência, (1º) empregos, que por sua vez gerarão (2º) renda, que habilitarão a contratação de (3º) financiamentos. Nos últimos anos, o nosso estado perdeu milhares de empregos nos setores do turismo, perdeu empregos na cadeia do Petróleo – Petrobrás e suas terceirizadas, enfrentou a maior seca dos últimos 40 anos, indústrias foram perseguidas por órgãos ambientais e trabalhistas gerando a fuga destas empresas para outros estados, além de afastar a vinda de outras. Houve um aumento brutal da violência, não identificado se como causa ou consequência. Com tudo isto, o comércio também sucumbiu. O caos no emprego, que como vimos é o alicerce do setor, demoliu a renda, que gerou inadimplência nos financiamentos já contratados. A maior inadimplência do país em financiamentos imobiliários fez os bancos fecharem as portas para novos projetos com financiamentos no RN. Pouquíssimos foram aprovados, após maratonas de apresentação de documentos e tratamento beirando a hostilidade para com os empreendedores e clientes.

Mas, nossos valentes profissionais enfrentaram todas estas provações com fé e persistência. Corretores de imóveis, engenheiros, arquitetos, construtores, incorporadores, despachantes, correspondentes, projetistas, mestres de obra, pedreiros, etc..., enfim, toda uma cadeia se adaptou à nova realidade para manter-se em seus ofícios, trabalhando duro em novos formatos e na esperança de dias melhores. Todos os analistas apostavam que o segundo semestre de 2020 seria o início da tão esperada virada do mercado imobiliário no Rio Grande do Norte, voltando a ser pujante, não como antes, mas com acentuada melhora, suficiente para crescer novamente em 2021 e 2022. Eis que aparece a gripe na China em janeiro. E a gripe chinesa virou pandemia mundial. E chegou ao nosso já combalido e debilitado Rio Grande do Norte.

População confinada em suas casas. Ruas desertas. Silêncio total. Literalmente. Inspira - Expira

Vamos dar um reset. Voltemo-nos todos aos ensinamentos que o curso de fé e persistência pelo qual fomos graduados durante 06 longos anos, similar em tempo ao de medicina, no intuito de buscarmos formas de contribuir dentro de nossas possibilidades e de nossas realidades, para o cuidado da saúde de nossa população. Neste momento, o simples ato de ficar em casa cuidando de sua família, já terá enorme valia. Buscar alternativas que possam contribuir com colegas, funcionários e colaboradores, principalmente os autônomos, pode ser também imprescindível. Afinal, este ramo teve suas finanças dilaceradas após tantos anos de crise, conforme detalhado. Mas tem capacidade e competência para criar alternativas.

E quando passar esta pandemia, o que faremos?

Quando passar, arregaçaremos as mangas e trabalharemos com mais afinco ainda para reativarmos a economia do nosso estado. Sempre fomos um setor importante para a geração de emprego e renda e precisaremos mais do que nunca usar nossa experiência para ajudarmos a viabilizar novas obras, gerando novos empregos para as famílias de nosso estado.

E como faremos?

Usaremos nossa fé em Deus e nossa persistência, testada e certificada, acrescentando um pouco mais de união em nossa categoria, a fim de sermos mais um dos protagonistas na reconstrução da economia de nosso estado.

Afinal, tudo passa! E os pais e mães de família do Rio Grande do Norte contam conosco. E nós não os decepcionaremos.

 

Luís Dias C. de Macedo Júnior

Corretor de Imóveis, Graduado em Marketing, Empresário

2º Vice-Presidente do Creci / RN - Diretor do Secovi / RN